A relação entre a obesidade infantil e a falta de sono nos primeiros anos de vida tem sido amplamente estudada, e há evidências científicas que indicam uma conexão significativa entre esses dois fatores.
Quando falamos sobre o sono e a obesidade infantil, é essencial compreendermos que o sono desempenha um papel crucial no desenvolvimento físico e mental das crianças.
A privação de sono ou um padrão de sono inadequado pode influenciar diretamente o metabolismo, os níveis hormonais e o comportamento alimentar, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de ganho de peso.
Obesidade infantil e a falta de sono – quais são os impactos
Nos primeiros anos de vida, o sono é uma das necessidades mais fundamentais para o desenvolvimento saudável de uma criança.
O sono adequado está diretamente relacionado à capacidade de aprendizado, ao desenvolvimento emocional e ao crescimento físico.
Além disso, é durante o sono que o corpo humano regula funções metabólicas importantes e libera hormônios responsáveis pelo crescimento.
Estudos mostram que a privação do sono ou a fragmentação do sono (acordar muitas vezes durante a noite) pode alterar os níveis hormonais, incluindo a grelina e a leptina, que regulam a fome e a saciedade.
A grelina, conhecida como o “hormônio da fome”, aumenta quando somos privados de sono, o que leva ao aumento do apetite.
Em contrapartida, a leptina, o hormônio responsável por indicar saciedade ao cérebro, diminui, o que pode causar um consumo excessivo de alimentos.
Evidências científicas que conectam a obesidade infantil e a falta de sono
Diversas pesquisas científicas confirmaram a relação entre maiores riscos de obesidade infantil e a falta de sono em crianças.
De acordo com este estudo Britânico que acompanhou mais de 8 mil crianças desde o nascimento, as crianças de três anos, que dormiam menos de 10 horas e meia por noite, tinham 45% a mais de chance de se tornarem obesas ao completarem 7 anos.
Outro estudo realizado na Nova Zelândia, acompanhou 1.037 crianças desde o nascimento até os 32 anos, e ao analisarem o número médio que os pequenos dormiam aos 5, 7, 9 e 11 anos, eles notaram que as horas de sono durante a infância estavam associadas a um risco 50% maior de obesidade na fase adulta.
Além disso, uma pesquisa publicada no Pediatrics , jornal oficial da Academia Americana de Pediatria, sugere que há falta de sono afetando o equilíbrio energético das crianças. Quando a privação do sono se torna uma constante, o corpo entra em um estado de estresse, liberando cortisol, o hormônio do estresse, que também pode contribuir para o aumento do peso corporal.
Mecanismos que ligam obesidade infantil e a falta de sono
Existem vários mecanismos propostos pelos quais a falta de sono pode influenciar o desenvolvimento da obesidade infantil:
- Alteração dos hormônios reguladores do apetite : Como mencionado anteriormente, a grelina e a leptina são os principais hormônios que regulam a fome e a saciedade. A privação de sono desregula esses hormônios, promovendo um aumento do apetite e um desejo maior por alimentos ricos em calorias e carboidratos.
- Redução na atividade física : Crianças que dormem mal tendem a ser mais sedentárias. A ansiedade durante o dia pode levar a menos brincadeiras ativas, menos interesse em atividades físicas e maior tempo em frente à televisão ou dispositivos eletrônicos. Isso contribui para um balanço energético positivo, onde mais calorias são consumidas do que gasta.
- Comportamento alimentar desregulado : A falta de sono pode levar a uma alimentação emocional, em que a criança busca alimentos como forma de compensação para o cansaço e o estresse. Isso geralmente resulta em escolhas alimentares menos saudáveis, como doces e alimentos ricos em gordura.
- Disfunções metabólicas : A privação do sono crônico pode interferir no metabolismo da glicose e na resistência à insulina, condições que estão associadas ao aumento de peso e ao risco de diabetes tipo 2.
Como garantir um sono saudável e prevenir a obesidade?
Promover hábitos de sono saudáveis desde os primeiros anos de vida é fundamental para prevenir tanto distúrbios do sono quanto problemas de peso. Aqui estão algumas dicas que podem ajudar:
- Estabeleça uma rotina de sono regular : Crianças pequenas precisam de consistência. Ter horários regulares para dormir e acordar ajuda a regular o relógio biológico e a garantir um sono reparador.
- Limite a exposição a telas antes de dormir : A luz azul emitida por dispositivos eletrônicos pode interferir na produção de melatonina e dos hormônios do sono. Desligar a televisão, tablets e celulares ao menos uma hora antes de dormir é uma boa prática.
- Crie um ambiente propício para o sono : O quarto deve ser um lugar tranquilo, escuro e com temperatura agradável. Ambientes que são muito claros ou barulhentos podem dificultar o adormecimento e a manutenção do sono.
- Estimule a prática de atividades físicas : Crianças ativas durante o dia tendem a dormir melhor à noite. Incentivar a prática de esportes e brincadeiras ao ar livre é uma forma de melhorar a qualidade do sono e promover um estilo de vida saudável.
- Estimule a autonomia de sono: Crianças que sabem dormir geralmente têm um sono de mais qualidade, pois ao passarem por leves despertares, elas voltam a dormir rapidamente, sem precisar chamar por ajuda.
Conclusão
A relação entre a obesidade infantil e a falta de sono nos primeiros anos de vida é clara e preocupante. Garantir que as crianças tenham um sono adequado pode ajudar a prevenir uma série de problemas de saúde, incluindo a obesidade.
Como pais e cuidadores, é fundamental estarem atentos aos sinais de distúrbios do sono e tomar medidas para promover hábitos saudáveis que beneficiem o desenvolvimento infantil.
Referências científicas indicam que o sono é um fator essencial na regulação do apetite, do metabolismo e do comportamento alimentar. Assim, investir no sono das crianças não é apenas uma questão de bem-estar imediato, mas também de saúde futura.
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